História
Goiana é um município
brasileiro do
estado de
Pernambuco. Localiza-se a uma
latitude 07º33'38"
sul e a uma
longitude 35º00'09"
oeste, estando sua Sede a uma altitude de 13 metros. Sua população estimada em
2009 era de 74.424 habitantes, a 19ª maior cidade em população de
Pernambuco. Goiana localiza-se no norte do estado, perto da divisa com a
Paraíba, a sessenta e cinco quilômetros de
Recife e a cinqüenta e cinco de
João Pessoa. Seu centro histórico foi declarado Patrimônio Histórico Nacional no ano de
1938. E por seus prédios históricos e sua arquitetura, possui o apelido de "Milão Brasileira".
[1] No ano de 2007 foi classificado pelo IBGE como um Centro de zona A.
[2]
Cruzeiro do Carmo, criado em 1719
A origem mais provável do nome
Goyanna
é que venha da palavra em tupi-guarani "Guyanna", que significa "terra
de muitas águas". O topônimo do município aparece pela primeira vez nos
catálogos da
Companhia de Jesus, em 1592, com o nome de aldeia de "Gueena".
[5] O mesmo documento, em
1606,
registra-o com a grafia modificada para "Goyana" e, finalmente Goiana. O
holandês Adolf de Varnhagen disse que Goiana é palavra de origem da
língua
tupi, que significa: gente estimada.
[6] Outros filólogos divergem e dizem ter o significado de mistura ou parente e, ainda,
Frei Vicente de
Salvador, em
1627, definiu como sendo porto ou ancoradouro.
[5]
Sabe-se que muito antes da chegada dos portugueses ao
Brasil, Goiana, assim como diversas outras localidades da
América, já era habitada por
indígenas. Inúmeros historiadores defendem seus estudos e com isso, daí, nasce uma diversidade de teorias.
[7] Existem diversas teses sobre a origem da cidade de Goiana, das tais a mais aceita é a de que a cidade surgiu quando
Diogo Dias ganhou e fundou o Engenho Recuzaém. A segunda tese é a de que em
1501 com a finalidade de explorar a costa brasileira expedições
portuguesas já tinham aportado o litoral goianense em uma praia, hoje denominada
Pontas de Pedra. Existindo ainda a terceira tese, a qual diz que a primeira povoação de Goiana esteve no
Engenho Japumim, também fundado por
Diogo Dias, segundo historiadores.
[4]
[editar] Período colonial
A
colonização jamais realizou os propósitos da
empresa mercantil que impulsionou as
navegações.
Montada especificamente para a troca, ela operava sempre na
pressuposição da existência de produção local, nas áreas com que
mantinha a troca. O problema da colonização apresenta, assim, grandes
dificuldades, uma vez que a estrutura econômica portuguesa não estava
preparada para enfrentá-lo.
[4] Nesse período, Goiana foi uma das principais produtoras de
cana-de-açucar no estado de
Pernambuco; o
Rio Goiana, que corta a cidade, abrigava um importante porto, que escoava a produção do local.
[8] Foi durante este período que Goiana foi, por diversas vezes, sede da
capitania de Itamaracá, e permaneceu como segunda cidade mais importante do estado, até o fim deste período.
[9]
A povoação foi elevada a
freguesia em
1568 quando
Diogo Dias,
um cristão-novo de muitas posses, comprou de D. Jerônima de Albuquerque
Sousa dez mil braças de terra próximas à atual cidade de Goiana, então
Capitania de Itamaracá, estabelecendo um engenho fortificado no Vale do
Rio Tracunhaém. Este colono foi alvo do
ataque ao engenho Tracunhaém, em 1574, no qual índios
potiguaras exterminaram toda a população do engenho. Este episódio provocou a extinção da
capitania de Itamaracá e a criação da
capitania da Paraíba.
[4]
Em janeiro de
1640 defrontaram-se entre Goiana e a
ilha de Itamaracá
a esquadra de D. Fernando de Mascarenhas, conde da Torre, e a
holandesa, comandada por Willen Corneliszoon, num combate que seria
imortalizado em quatro gravuras de
Frans Post.
[4]
No dia 24 de abril do ano de
1646, armadas com paus, pedras, panelas, pimenta e água fervente, as mulheres de
Tejucopapo,
atualmente distrito do município, venceram os holandeses que ameaçavam
suas terras e famílias. Este evento é conhecido e retratado em filme
denominado "Epopeia das Heroínas de Tejucupapo", que no último
domingo
de abril é recontada a história, através de uma encenação teatral ao ar
livre no marco histórico pelo Clube das Mães, na zona rural do
município. A encenação mostra a vida de mulheres que lutaram contra os
invasores e contra o preconceito, atraindo cerca de cinco mil (5 mil)
pessoas por ano.
[4]
[editar] Período imperial
Após a independência de
Portugal em
7 de setembro de
1822, que resultou no fim do "
Brasil Colônia" (
1500-
1822), o Brasil torna-se uma
monarquia constitucional, período denominado "
Brasil Império" (
1822-
1889).
D. Pedro I retorna a Portugal para assegurar que sua filha assumisse o trono português. Após um período regencial,
D. Pedro II, aos catorze anos de idade, é coroado o segundo imperador do
Brasil.
[10]
No ano de 1859,
Dom Pedro II, imperador do
Brasil,
visitou a cidade de Goiana, chegou acompanhado por uma comitiva com
quase quinhentos cavaleiros. Na véspera todos os preparativos foram
realizados para receber o monarca. O que havia de melhor nos engenhos
foi trazido para o
sobrado onde ele se hospedou. Foram à cidade pessoas das regiões circunvizinhas, atraídas pela visita do imperador.
Dom Pedro II conheceu as igrejas e encantou-se com a beleza do Cruzeiro do Carmo, no
centro.
[4]
Ele chegou a visitar também o hospital, as repartições públicas, as escolas e elogiou o avanço dos alunos no
latim. Mais tarde, ainda participou de solenidade na
Igreja da Matriz, onde escutou a
Banda Saboeira à porta depois seguiu para o
Bairro do Tanquinho
para ver como era feito o abastecimento de água da cidade e considerou a
situação do porto fluvial aproveitando para discutir melhoramentos.
[4]
[editar] Abolição da Escravatura
A abolição em Goiana foi declarada no dia 25 de março de
1887. Em meio a escravos se rebelando e fazendo revoluções almejando o fim da
escravidão pelo
Brasil,
acabou se criando em Goiana um clube abolicionista chamado O
Terpsicore, que buscava levantar fundos para a libertação dos escravos.
Havia também na cidade o Clube do Cupim, cujo objetivo era “roubar”
escravos de seus senhores e enviá-los ao estado do
Ceará, onde já não havia escravidão por lei.
[4]
Em Goiana, a abolição foi declarada de maneira mais prática, pois
deixaram a burocracia de lado. Basílio Machado, um sapateiro
abolicionista, infiltrava-se nos engenhos pedindo para trabalhar. Ao
ganhar a confiança do senhor do engenho, ele elaborava um plano para
fugir com os escravos e escondê-los na
olaria de José Pires Vergueiro que se encarregava de enviá-los para o
Ceará.
A campanha abolicionista em Goiana tinha o apoio da população em geral e
foi um dos quartéis general na luta pela liberdade dos negros. A cidade
acabou sendo a primeira a libertar seus escravos no estado mesmo com o
enorme número de
engenhos que possuía.
[4] Enquanto em Goiana já havia a liberdade de escravos, a
Lei Áurea era assinada no
Rio de Janeiro, então capital do
Brasil, pela
Princesa Isabel do
Brasil e pelo
Ministro da Agricultura da época Conselheiro
Rodrigo Augusto da Silva, no dia 13 de maio de
1888 ,extinguindo assim a
escravidão no resto do Brasil. A Princesa Isabel sancionou a Lei Áurea, na sua terceira e última regência, estando o Imperador
D. Pedro II em viagem ao exterior.
[4]
[editar] Período republicano
Dom Pedro II foi deposto em
15 de novembro de
1889 por um
golpe militar liderado pelo republicano
Deodoro da Fonseca,
[11] que se tornou o primeiro presidente
de facto do país, através de ascensão militar. E permaneceu no cargo até o ano de
1891, quando assumiu a presidência o Marechal
Floriano Peixoto, que foi considerado o consolidador da república.
[12]
O primeiro ônibus de que se tem notícia no
Brasil foi um veículo da marca francesa
Panhard-Levassor, importado no ano
1900 pela Companhia de Transporte de Goiana,
[13] que na época era a mais importante cidade de Pernambuco, depois da capital,
Recife. Destinava-se o referido veículo ao transporte de passageiros entre Goiana e Recife pela histórica estrada de rodagem, hoje a
BR-101.
[14] No dia 23 de março de
1903, o veículo, com lotação de doze passageiros, fez sua primeira viagem, saindo do centro de Goiana e chegando até a cidade de
Olinda, onde parava para o almoço. E seguiam da cidade de Olinda até o
Recife
levando mais uma hora para chegar ao destino. O ônibus não durou muito,
pois uma viagem total, que teria setenta quilômetros, levava cerca de
nove horas. E as viagens suburbanas custavam muito.
[15]
O conjunto da Fiação de Tecidos Goiana - FITEG é composto da fábrica, da casa do proprietário e da
vila operária, além de ser um importante marco da arquitetura do início do
século XX,
tem a peculiaridade de todas as edificações seguirem a mesma modulação:
cada habitação representa um módulo, a que tanto a fábrica, quanto a
casa do proprietário obedeceram, repetindo, no entanto, tantos módulos,
quantos se fizeram necessários. As casas, estreitas, geminadas, com vão
abrindo-se diretamente para os logradouros, são distribuídas em nove
quadras, num total de 376 habitações.
[livro 1] A fábrica foi fechada na década de
1980
depois de declarar a sua falência, deixando centenas de goianenses
desempregados, e mesmo que foram discutidas medidas pelo governo, a
fábrica realmente fez a declaração, demitindo, de pouco em pouco os
trabalhadores..
[16]
Nas últimas décadas do
século XIX e início do
XX, Goiana enfrentou graves problemas sociais advindos do desenvolvimento lento, desordenado, e com crescimento da
periferia, dando assim origem a diversos bairros como a
Nova Goiana e
Flexeiras. No começo do
século XX perdeu a posição de segunda cidade mais importante do estado de
Pernambuco. O rápido crescimento voltou depois do anúncio do
Pólo Farmacoquímico, o crescimento anual nos anos anteriores era de menos de 1% por ano (
1996-
2007), e agora está em quase 2% (
2008-
2009).
[17]
[editar] História recente
No final da década de 1990, surgiram rumores de que Goiana receberia
um aeroporto internacional, mas foram esquecidos pela população no
início do
século XXI.
[18][19] No ano de 2000, assumiu o prefeito
Edval Soares, que criou a feira livre do bairro de
Flexeiras, melhorando assim o comércio nos subúrbios do município. No ano de 2004 assumiu a prefeitura o empresário
Beto Gadelha, que oficializou a implantação do
Polo Farmacoquímico de
Pernambuco no município de Goiana.
[20] Ele teve o mandato cassado pelo
TSE no ano de 2006, tendo então que ser feita novas eleições no município.
[21] No então ano de 2006, assumiu a prefeitura,
Henrique Fenelon, que foi reeleito no ano de 2008, sendo assim o primeiro prefeito reeleito da história de Goiana.
[22] Na sua administração foi criado o
Distrito Industrial de Goiana e a
Novartis confirmou sua fábrica no
Polo Farmacoquímico do estado.
[23] A cidade ocupa atualmente a 52ª posição na lista das
cidades mais violentas do
país.
[24]
[editar] Centro Histórico de Goiana
- A Prefeitura de Goiana está localizada em um edifício histórico,
situado na Avenida Marechal Deodoro da Fonseca (Rua Direita), principal
avenida da cidade.
- A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos está
localizada na Rua Marechal Deodoro da Fonseca, Centro Histórico de
Goiana. Foi construída em estilo barroco no ano de 1835 e declarada Patrimônio Histórico Nacional no ano de 1938,[25] igual a maioria de seus edifícios e Igrejas da redondeza.
- A Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Homens Brancos está localizada
na Avenida Marechal Deodoro da Fonseca. É uma igreja em estilo barroco
construída no século XVIII e declarada como Patrimônio Histórico
Nacional, no ano de 1938.[25]
- A Igreja de Nossa Senhora do Amparo dos Homens Pardos foi construída no século XVIII,
com estilo barroco, estilo que era muito utilizado naquela época para
construções de igrejas, está localizada na Praça da Bandeira. Nas suas
dependências se encontra o Museu de Arte Sacra de Goiana e é considerada
patrimônio histórico nacional.[25]
- O Museu de Arte Sacra de Goiana encontra-se dentro das instalações
da Igreja de Nossa Senhora do Amparo dos Homens Pardos. Com numerosas
exposições de diferentes estilos, destacando o acervo de cerâmicas de
Santos realizadas pelos artistas pernambucanos e as de Arte Sacra
colecionadas entre os séculos XVII e XX.[25]
- O Convento de Santo Alberto dos Carmelitas foi construído em estilo barroco no século XVII na atual Praça Frei Caneca.[25]
Forma conjunto com a Igreja de Nossa Senhora do Carmo e em seu interior
encontramos uma importante coleção de imagens sacras dos séculos XVI e
XVII.
- A Igreja de Nossa Senhora do Carmo pertence ao convento de Santo
Alberto dos Carmelitas e foi construída no século XVII, no mesmo século
do Convento.[25]
[editar] Cronologia
1569 - Fundação da Freguesia de
Goiana.
1974 - Acontece a
Tragédia de Tracunhaém.
1625 - Nasce em Goiana,
Manoel de Barros de Araújo.
1646 - Acontece a
Batalha das Heroínas de Tejucopapo
1666 - Criado em Goiana o Convento das
Carmelitas.
1680 - Morre em
Goiana,
André Vidal de Negreiros.
1685 - Acontece o Milagre da
Febre Amarela, que assolou
Goiana,
Recife,
Olinda,
Itamaracá e
Igarassu.
1745 - Nasce em Goiana,
Correia Picanço.
1808 - É trazido de
Portugal para o
Brasil, por meio de um Goianense (
Correia Picanço) o Ensino Médio.
1810 - Morre em
Goiana, Arruda Camara, hoje nome de Parque Florestal em
João Pessoa.
1820 - O médico
Correia Picanço é nomeado de 1° Barão de Goiana.
1821 - Liberais de
Goiana entram em conflito com
Recife pela independência do
Brasil.
1822 - É realizada por
Correia Picanço a 1° operação cesariana do
Brasil.
1835 - Nasce em Goiana, João Alfredo Correia de Oliveira, um dos maiores lutadores pela abolição da Esclavatura no país.
1848 - Nasce em
Goiana a
Sociedade Musical Curica, a banda mais antiga em atividade da América Latina.
1849 - Nasce em
Goiana a
Banda Saboeira.
1871 - Nasce em
Goiana, João de Lyra Tavares.
1899 - É criada a
Klabin, multinacional do ramo de papéis, que possui filial em
Goiana.
1900 - É importado pela Compahia de Transportes de Goiana, o 1° ônibus do
Brasil.
1914 - É eleito prefeito de
Goiana,
Manuel Borba, mais tarde governador de
Pernambuco.
1933 - Nasce em
Goiana,
Zé do Carmo.
1998 - Surgem os tumores do aeroporto de
Goiana, até hoje nada foi feito.
2006 - Anunciadas as obras da
Hemobrás, em um novo Pólo Farmacoquimico e de Biotecnologia em Goiana.
2009 - Começam obras da
Hemobrás.