O número elevado de assaltos e furtos às lojas da Avenida Dr. Afonso
Vergueiro, em Sorocaba, no interior de São Paulo, fez com que
comerciantes adotassem medidas preventivas, como aquisição de câmeras e
contratação de seguranças particulares. Em um estabelecimento que vende
acessórios para motos, o proprietário decidiu ir além e instalou na
fachada uma faixa em que pede organização aos criminosos.
“Senhores ladrões e assaltantes. Como esta avenida está abandonada e a
segurança pública é de mintirinha [sic], por favor, queiram se organizar
(para não virem todos ao mesmo tempo)”, diz o comunicado. Segundo um
dos funcionários, o objetivo do alerta é chamar a atenção das
autoridades. “Parece direcionado para os ladrões e assaltantes, mas é
para o pessoal de cima, para quem comanda e dirige essa segurança que,
infelizmente, está muito precária”, diz. Ele não quis ter o nome
revelado.
Neste ano, a loja foi assaltada duas vezes e furtada uma. A insegurança
fez com que o proprietário, além de colocar a faixa, contratar um
vigia. “Infelizmente a gente vai ter que desembolsar uma boa grana para
ter segurança de manhã até o fechamento da loja”, afirma o funcionário.
Segundo a Polícia Militar, na movimentada avenida, que é uma das
principais do Centro da cidade e liga as zonas Leste e Oeste, foram
registrados de janeiro a outubro 83 furtos e 36 roubos.
Quatro assaltos aconteceram somente em uma loja de equipamentos
eletrônicos. O prejuízo causado pelos criminosos chegou a R$ 8 mil. Para
tentar driblar a insegurança, foram colocadas três câmeras de alta
definição. Por elas é possível identificar atitudes suspeitas. “A gente
consegue ver quem está passando. Às vezes a pessoa passa umas cinco,
seis vezes no mesmo lugar e a gente precisa ficar mais esperto”, diz um
funcionário.
Em uma loja de roupas femininas, a solução encontrada para evitar os
crimes foi funcionar de portas fechadas. Durante quatro meses, os
funcionários só a abriam quando o cliente pedia. “O número de clientes
caiu bastante. Agora, faz mais ou menos um mês que voltamos a trabalhar
com a porta aberta e a nossa rotina está voltando ao normal, com medo,
porque ficamos inseguros”, diz uma trabalhadora.
Segundo o capitão da PM Ubiratã Marques da Silva, a corporação atua de
maneira ostensiva na região. “Em horários específicos, em que há um
maior fluxo de veículos e de pessoas, são colocadas viaturas em pontos
estratégicos, nas esquinas principais.” Ele acrescenta, porém, que é
importante a vítima procurar a polícia para registrar a ocorrência.
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